27/11/2006

Rápidas do Olinda Arte em Toda Parte

Fotos e texto por Luiz Bernardo Barreto - Jornalista

Pinturas de diferentes técnicas e escultura talhada na madeira mostram a riqueza de seus conteúdos

Karina Agra, Lubambo e Bello conversaram sobre seus trabalhos expostos no evento


No segundo dia de rolé pelo Olinda Arte em toda Parte, o Penny Press conversou com três artistas pernambucanos que desenvolvem trabalhos diferentes e muito interessantes. A cidade está linda, com pessoas bonitas e trabalhos artísticos bastante expressivos e envolventes. O projeto “Prudente Arte o Ano Inteiro” (rua Prudente de Moraes) está acontecendo na casa 407 com mostra coletiva de artistas que exprimem variados estilos e escolas. Um ambiente aconchegante e atrativo para as pessoas terem a chance de apreciar e analisar diferentes trabalhos.

Entre esses trabalhos expostos, está o quadro “Bastiana só usa chapa final de semana” (pintura a óleo sobre tela) da artista plástica Karina Agra, 31 anos, e trabalha com artes plásticas de forma profissional a doze. Karina retrata a paisagem humana e segue uma linha baseada na fotografia documental. Seu trabalho é uma busca de forma e luz, elementos que realçam a imagem representativa na pintura expressada através da fotografia. A maioria dos seus trabalhos são monocromáticos (preto e cinza), mas também produz uma linha mais pop, onde se trabalha o preto e branco juntamente com o colorido. O quadro Bastiana é algo voltado ao social, com uma linha cotidiana.

Nesse quadro exposto no atelier, Karina Agra segue a foto-documentação, uma espécie de fotografia com cunho iconográfico, refletindo o âmbito e convivência social. Como ponto de referência ao seu trabalho, cita Sebastião Salgado, Costa Neto (pernambucano), Cartier Breson, todos fotógrafos. Já sua influência na pintura vai do abstrato de Juan Miró, ao colorido chapado de Henri Matisse. Portinari e Picasso também se incluem aí.“Eu não tenho um artista específico que eu siga aquela linha e pegue, mas tenho varias influencias que tento passar. Eu acho que isso é o mais importante, agente tem uma referência e transforma no que queremos”. Os trabalhos de Karina Agra são expostos ao longo do ano no atelier Sheila Rodrigues, na rua do Amparo, n* 17, Olinda.

A poucos metros dali, na rua Bernardo Viera de Melo, no atelier Ribeira Arte e Ofício, expõe Adalgiso Lubambo (membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro) , que produz uma arte baseada na marcenaria. Aos 71 anos, Lubambo produz como gente nova. Deve ser porque sua alma é nova. A atividade da marcenaria herdou do avó e era uma questão de sobrevivência. Lubambo contou que sua maior escola de arte foi a curiosidade, a observação e o interesse. Ele trabalha a pintura, escultura e xilogravura de forma talhada na madeira. Depois da aposentadoria, onde trabalhava como economista, suas primeiras “obras” realizadas foram maquetes, onde foi um dos primeiros a produzir esse tipo de trabalho. Simples, muito talentoso e bem descontraído, Lubambo enfatiza: “eu não trabalho pelo dinheiro, e sim porque gosto de fazer. Meus trabalhos não são caros, mas tem preço justo”. Além de expor no Ribeira Arte e Ofício, Lubambo também tem atelier em Aldeia e Boa Viagem.

Ainda ali, nesse mesmo espaço, esta a mostra o trabalho de Alberto Bello, 56 anos e trabalha com pintura humana figurativa e paisagens a trinta anos. Bello faz um trabalho de junção entre as cores espontâneas do impressionismo (impressão primeira) com o desenho marcado do expressionismo (óleo sobre tela). Uma fusão que o artista chama de “Nova Expressão”. Formado em arquitetura, também estudou no atelier de belas artes e fez curso no museu paulista Lasar Segall, e com orientação no México e Argentina. Bello contou que é um pintor que está sempre produzindo; “eu fiz uma pesquisa onde pintei a obra de Francisco Brennand, na qual durou seis meses e disso resultou numa exposição.

O Olinda Arte em toda Parte vai até o dia 09/12. Vale muito a pena conferir.
Mais informações acesse: http://www.olindaarteemtodaparte.com.br/

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