14/09/2007

“Antropofagia latente”

Texto e foto(tratada) por Luiz Bernardo Barreto



Dessacralize a sua aura
Propague o seu pecado
Erre o alvo da moralidade

Seja sujo...
Seja honesto

Reproduza o seu demônio
Desvanglorei o seu Deus
Tenha fé, seja racional

Antropofagia nascente...
Antropofagia latente

Publique a sua miséria
Cague em meros conceitos

Seja sujo...
Seja honesto

Roube a burguesia
Simbolize o seu ato
Satirize a realidade
Enterre o épico
Politize a revolta
Mate a ideologia e a ignorância

Seja sujo...
Seja honesto

Canibalismo dissimulado, oculto...
Antropofagia latente

Afinal de contas.., há preceito ético na “etiqueta” do jornalismo?

Texto(2003), Fotos(22/09/06 Jornal do Commercio e Folha de Pernambuco)
por Luiz Bernardo Barreto


A coreografia da fineza suplanta a selvageria do mundo, pois a “verdade” dará o ar de sua graça. O jornalismo, hoje, nada mais quer do que triunfar pela elegância, passando pela arte, baseando-se na ilustração e documentação. Fazendo isso, ele terá garantido o seu lugar na “casa” da honra e da nobreza.

... e a ética se transformou na etiqueta que constrói as cerimonias do espetáculo informativo. Afinal de contas, as relações de poder tem que ser ritualizadas e representadas pela “ética etiquetada”. E não menos diferente, a autoridade posta (e imposta) celebra as festividades da “etiqueta étnica”. Então, supõe-se que a etiqueta nada mais é do que o gozo de uma hierarquia aristocrática, pois bem se sabe que essa “ordem” nasceu para ser eterna e imutável. A imprensa nasceu das revoluções que maquiaram a democracia moderna.

Democracia.., há “democracia”. Afinal de contas, muitos princípios do jornalismo nasceram das idéias iluministas da revolução francesa. Revolução essa que também abrange “alguns” princípios do capitalismo.

He.., deve tá quase explicado porque é assim o novo jornalismo. Afinal de contas, o capitalismo vive uma “ética etiquetada”, de contratos, favores e deveres. O jornalismo é conflito. E se não há conflito no jornalismo, alguma coisa está errada. Os meios de comunicação se estruturam como o novo “palácio” da aristocracia (agora burguesia), por isso, será que eles querem preservar os direitos do cidadão? É demagogia...

Concluímos, então, que o jornalismo que não volta-se à ética etiquetada do capitalismo, deve ser uma instituição da cidadania, sendo uma vitória da verdadeira ética, buscando o bem comum para todos e procurando a emancipação que pretende construir o estado da igualdade. Só assim converteremos a etiqueta em uma pureza ética, e moldaremos a ética sem qualquer etiqueta. Mas essa é uma visão utópica, e a realidade condiz com o conflito, pois esse traz o equilíbrio.

Quem tem ética não precisa de etiqueta... e, na imprensa, quem vive de etiqueta não tem ética...

12/09/2007

“Discurso estruturalista da imagem”

Texto e fotos por Luiz Bernardo Barreto



O meu sema é singular ou plural
Meu texto trajetórico-gerativo
Minha significação conceito-chave
Minha relação diferenciada e opositora



O meu modelo gerativo é semi-narrativo, discursivo e textual.., ou seja, composto por língua, tempo e espaço, expressão e imagem
Minha semântica é contraditória ou “contrariável”
Meu objeto significante é gerativo ou genético
Meu processo narrativo é conjunto ou disjunto

A minha enunciação é pressuposta por todo um enunciatário
A minha semiótica é discursiva

Baseado na semiótica estruturalista, de Algirdes Greimas e Jean-Marie Floch