Fotos e texto por Luiz Bernardo Barreto - Jornalista
Bonsai e pintura surrealista. Alguns elementos da sexta edição do Olinda Arte em toda parte
Rafael Cavendish e Jorge Di Farias falam com o Penny Press sobre suas técnicas
Começou a sexta edição do “Olinda Arte em toda parte”, evento que tem como finalidade mostrar o que de artesanato, pintura, escultura e demais artes estão sendo produzidos na contemporaneidade. É uma época que Olinda fica mais colorida, com gente bonita e descontraída, e arte exposta em ateliês e esquinas da cidade. O Penny Press deu um rolé no primeiro dia do evento e entrevistou Rafael Cavendish, bonsaista que está expondo em frente ao museu de arte contemporânea de Olinda, MAC, e também bateu um papo com Difarias, recifense e tem em sua pintura forte influência do surrealismo.
Rafael Cavendish tem 24 anos e cultiva bonsai a cinco anos. “Sempre gostei da natureza e do
cultivo de espécies nativas”. A palavra “bonsai” significa “cultivada em bandeja”, e o gênero de planta deriva do antigo oriente. O povo daquela região usava as plantas como remédios naturais, mas enfrentavam problemas quando as plantas se estragavam no decorrer das grandes viagens. Daí, então, a iniciativa de cultivar essas espécies em bandejas para maior duração de vida e resistência. A principal finalidade do bonsai é ter as características de uma planta, ou árvore comum, em tamanho reduzido. Isso inclui a produção tanto de flores como de frutos.A técnica para elaboração do bonsai consiste, primeiro, na escolha da muda, a definição da frente da planta, e a moldura via aramação dos galhos principais. Os galhos são o que se chama da parte aérea, onde alguns são eliminados. Já na parte da raiz é cortada a raiz pivotante, que é uma raiz mais grossa e que toda planta tem. Dessa forma, apenas se trabalha com as raízes menores. As espécies brasileiras de bonsai são: acácia mimosa (espinheiro), ipê roxo, amarelo ou branco (nativa), pau brasil, jabuticaba, flamboyant
etc.O bonsaista Rafael Cavendish está expondo as espécies Carmona, Acácia Mimosa, Pinheiro negro, Ipê Roxo, Jasmim, Castanhola, Caraibera, Pitocolombo, Palmeira Açaí, Paimera, Bougaville, Fícus e flanboyant. Os preços variam de $ 30,00 (pré-bonsai; plantas que o comprador vai cultivar) a $ 500,00 reais (os maiores e já prontos). Os bonsai estão expostos na frente do MAC, na rua Treze de Maio, a partir das oito da manhã até as seis da tarde, ficando até o dia 9 de dezembro.
Já ali nos Quatro Cantos, na rua Bernardes Viera de Melo, está exposto o trabalho de Jorge Di Farias, 37 anos, e 20 anos de trabalho. Ao fazer um curso de belas artes no Aloísio Magalhães
(MAMAM) resolveu se aprofundar e foi fazer um curso de pintura na galeria Le Bihan, em Paris. Di Farias já acumula 14 prêmios, tendo conquistado o mais recente na Inglaterra. Morador de Olinda, ele buscou influências no expressionismo de Van Gogh, no impressionismo de Mone, mas pesquisando e buscando, fala que sua pintura tem influência de vários movimentos e escolas, dentre elas a escola mexicana de Diego Rivera, que explorava a perspectiva oblíqua, muito presente em sua arte.Sua técnica consiste em lápis a carvão, e após o esboço aplica-se a tinta acrílica sob tela, e dar-se preferência às tintas com pigmentação forte e que dê uma luminosidade maior. Seus temas são
inspirados no folclore regional, cotidiano e dia-a-dia do povo. “São elementos que encontro plasticidade e vejo resultados, pois há três anos que mantenho a mesma linguagem” enfatizou o artista. Ele ainda reforçou falando sobre o registro da autoria no trabalho: “Eu percebi que com isso eu descobrir a minha identidade, que é o que todo artista busca. Hoje eu tenho a minha marca e o que se busca, futuramente, é saber que é um trabalho Di Farias sem ter que ler a assinatura. Isso é o que todo artista quer”.O artista tem uma exposição coletiva (40 artistas participantes) na rua Prudente de Morais no dia 24/11, sexta-feira, na casa 407. Di Farias também faz parte de um movimento que se chama “Prudente Arte o ano Inteiro”, que é realizado mensalmente nas últimas quintas, sextas e sábados de cada mês.
Mais informações: www.olindaarteemtodaparte.com.br