24/11/2006

Rápidas do Olinda Arte em toda parte

Fotos e texto por Luiz Bernardo Barreto - Jornalista

Bonsai e pintura surrealista. Alguns elementos da sexta edição do Olinda Arte em toda parte

Rafael Cavendish e Jorge Di Farias falam com o Penny Press sobre suas técnicas


Começou a sexta edição do “Olinda Arte em toda parte”, evento que tem como finalidade mostrar o que de artesanato, pintura, escultura e demais artes estão sendo produzidos na contemporaneidade. É uma época que Olinda fica mais colorida, com gente bonita e descontraída, e arte exposta em ateliês e esquinas da cidade. O Penny Press deu um rolé no primeiro dia do evento e entrevistou Rafael Cavendish, bonsaista que está expondo em frente ao museu de arte contemporânea de Olinda, MAC, e também bateu um papo com Difarias, recifense e tem em sua pintura forte influência do surrealismo.

Rafael Cavendish tem 24 anos e cultiva bonsai a cinco anos. “Sempre gostei da natureza e do cultivo de espécies nativas”. A palavra “bonsai” significa “cultivada em bandeja”, e o gênero de planta deriva do antigo oriente. O povo daquela região usava as plantas como remédios naturais, mas enfrentavam problemas quando as plantas se estragavam no decorrer das grandes viagens. Daí, então, a iniciativa de cultivar essas espécies em bandejas para maior duração de vida e resistência. A principal finalidade do bonsai é ter as características de uma planta, ou árvore comum, em tamanho reduzido. Isso inclui a produção tanto de flores como de frutos.

A técnica para elaboração do bonsai consiste, primeiro, na escolha da muda, a definição da frente da planta, e a moldura via aramação dos galhos principais. Os galhos são o que se chama da parte aérea, onde alguns são eliminados. Já na parte da raiz é cortada a raiz pivotante, que é uma raiz mais grossa e que toda planta tem. Dessa forma, apenas se trabalha com as raízes menores. As espécies brasileiras de bonsai são: acácia mimosa (espinheiro), ipê roxo, amarelo ou branco (nativa), pau brasil, jabuticaba, flamboyant etc.

O bonsaista Rafael Cavendish está expondo as espécies Carmona, Acácia Mimosa, Pinheiro negro, Ipê Roxo, Jasmim, Castanhola, Caraibera, Pitocolombo, Palmeira Açaí, Paimera, Bougaville, Fícus e flanboyant. Os preços variam de $ 30,00 (pré-bonsai; plantas que o comprador vai cultivar) a $ 500,00 reais (os maiores e já prontos). Os bonsai estão expostos na frente do MAC, na rua Treze de Maio, a partir das oito da manhã até as seis da tarde, ficando até o dia 9 de dezembro.

Já ali nos Quatro Cantos, na rua Bernardes Viera de Melo, está exposto o trabalho de Jorge Di Farias, 37 anos, e 20 anos de trabalho. Ao fazer um curso de belas artes no Aloísio Magalhães (MAMAM) resolveu se aprofundar e foi fazer um curso de pintura na galeria Le Bihan, em Paris. Di Farias já acumula 14 prêmios, tendo conquistado o mais recente na Inglaterra. Morador de Olinda, ele buscou influências no expressionismo de Van Gogh, no impressionismo de Mone, mas pesquisando e buscando, fala que sua pintura tem influência de vários movimentos e escolas, dentre elas a escola mexicana de Diego Rivera, que explorava a perspectiva oblíqua, muito presente em sua arte.

Sua técnica consiste em lápis a carvão, e após o esboço aplica-se a tinta acrílica sob tela, e dar-se preferência às tintas com pigmentação forte e que dê uma luminosidade maior. Seus temas são inspirados no folclore regional, cotidiano e dia-a-dia do povo. “São elementos que encontro plasticidade e vejo resultados, pois há três anos que mantenho a mesma linguagem” enfatizou o artista. Ele ainda reforçou falando sobre o registro da autoria no trabalho: “Eu percebi que com isso eu descobrir a minha identidade, que é o que todo artista busca. Hoje eu tenho a minha marca e o que se busca, futuramente, é saber que é um trabalho Di Farias sem ter que ler a assinatura. Isso é o que todo artista quer”.

O artista tem uma exposição coletiva (40 artistas participantes) na rua Prudente de Morais no dia 24/11, sexta-feira, na casa 407. Di Farias também faz parte de um movimento que se chama “Prudente Arte o ano Inteiro”, que é realizado mensalmente nas últimas quintas, sextas e sábados de cada mês.
Mais informações: www.olindaarteemtodaparte.com.br

1 comentário:

Alimentação e Longevidade disse...

Já fui aluna de Di Farias e admiro muito seu trbalho. Gosto do jeito como ele cria suas telas, inspirando-se no cotidiano, nas figuras pitorescas,no folclore pernambucano, sem falar no seu estilo a la Diego Rivera que é sua marca registrada. Mas todas suas telas são belíssimas!!!