crônica cotidiana
Aleatoriedade textual
foto e texto por Luiz Bernardo Barreto / Jornalista
Pontas de cigarro, copo vazio, pensamentos distantes, tristes lembranças. A solidão como compania regava o registro das palavras, anunciava mais um texto, alimentava a velha, necessária e insubstituível vontade de escrever.
Tudo não passava de ilusão momentânea, que nutri os poucos minutos com pobres e valiosas palavras. Valorosa atitude de uma pequena ação, a de passar para o papel a vasta imensidão de um pensar, fazendo brotar o pequeno grande ato de um pesar.
Pensamento iconográfico, retratista da semiótica documental de um passado resgatado. Notícias informais surgem em lembranças jamais esquecidas. Registrava-se o aleatório, dava-se forma ao descompasso, ganhava-se tempo.., para pensar.
A influência vinha do vazio que borbulhava em conteúdo. A dificuldade era a desarticulação que corrompia todas as idéias provenientes do acaso. A simetria das palavras era de princípio natural, pois sua beleza consistia no aleatório. Assim, por final, o texto se fez.