28/09/2006

texto informativo
Luiz Bernardo Barreto / jornalista
A forma que informa a nossa formação “desinformada”

A relação da política de comunicação mundial com o sistema Brasileiro de mídia

...E nessa globalização contemporânea, a convergência tecnológica no setor de comunicações se torna uma “concentração de propriedades”, provocando a consolidação e a emergência de um reduzido número de mega-empresas mundiais. E a aprovação do Telecommunications Act americano, a lei das comunicações Norte-Americana, em fevereiro de 1996, se transformou em um “mar de aquisições”, fusões e joint ventures que envolve estados nacionais, bancos, grandes empreiteiras e empresas transnacionais privadas, estatais e mistas.

He... e esse processo de oligopolização e emergência de novos e poderosos global players no cenário econômico e político mundial faz com que aconteça uma ação coordenada de várias empresas no mesmo grupo, tornando-se uma espécie de “ação inevitável”, sendo mais eficiente do que a de empresas isoladas. As conseqüências desse novo padrão internacional? Ha... muito simples. Fusão de diferentes políticas públicas de comunicação, presença de conglomerados empresariais, os global players, e organismos internacionais como a UIT (União Internacional de Telecomunicações), a OMC (Organização Mundial do Comércio), e outros mais, agindo como “poderosos atores” na formulação dessa política de comunicação.

Pois é... e o Brasil não foge a regra. Aqui nós temos a Lei do Cabo, que permite a participação estrangeira em até 49% do capital das concessionárias. Temos também a Lei Mínima, que permitiu a entrada de capital estrangeiro nas áreas de telefonia celular e de telecomunicações. E já não bastasse, também temos a Lei Geral de Telecomunicações, que autoriza o poder executivo a estabelecer quaisquer limites a participação estrangeira no capital de prestadoras de serviços de telecomunicações. E assim se forma o nosso sistema de mídia brasileiro. A respeito da emergência de novos global players e do padrão universal de concentração da propriedade, sobrevivem no Brasil a velha estrutura familiar, o renovado vínculo com as elites políticas locais e/ou regionais, e a crescente presença das igrejas no setor de comunicações.

Não há dúvidas sobre a crescente relação existente entre informação e conhecimento, e o papel-chave que esse último desempenha como fator de poder nas sociedades contemporâneas. Tanto é verdade que o controle da informação (armazenamento, disponibilidade e acesso) é uma questão estratégica tanto para empresas como para Estados- Nações. Também sabemos do poder de longo prazo da mídia na construção da realidade por meio da representação que se faz nos diferentes aspectos da vida humana.

Por isso não podemos reduzir a importância das comunicações apenas a transmissões de informação, como muitas vezes se faz. Elas não são canais neutros. E sim, “construtoras de significados”.

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