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Ordem e Desordem. Um relacionamento bagunçado, bagunceiro e bem fundamentado.
Sabe aqueles dias que tu chega no teu limite, percebe o quanto é acomodado e sem condições de organizar qualquer coisa que seja. É aí que agente se toca de como somos bagunçados (não necessariamente bagunceiro), de o quanto que nós não alinhamos nossas vidas com boa dose de simetria, e um “tantinho” de organização. Percebemos que o limite chegou, e junto a ele, a paciência.
De cara agente fica puto, louco de raiva, indignado consigo mesmo. Depois, nós paramos.., simples assim, como quem estivesse surpreso com si mesmo. Puta ironia, agente vê o que não esperava sentir! E no final percebe-se que a reflexão conduz ao primeiro passo à uma “libertação da escravidão mental” .
Exageros a parti, verdade seja dita! Quem conviveria conosco se, as vezes, não conseguimos conviver com nós mesmos. É foda ter que admitir isso, mas é mais foda saber que existe o problema e deixar ele crescer mais ainda, impondo seu limite que não tem limite, fazendo a sua própria regra, que por sinal, é nunca ter regra. Quando percebemos que o quê nos faz ser bagunçados é uma “leve tendência” a ser bagunceiro, é que se ligamos que o “mal” vem de dentro. Ô peso leve pra ser tão pesado!
Mas aí, agente já parou para refletir, discutir consigo mesmo a origem, finalidade, destino e conseqüência.., pior de todas, que amargura e faz crescer. A origem se revela na preguiça, de pensar e de agir. A finalidade anuncia um caminho sem destino, onde acumula-se uma porrada de obstáculos. O destino é um só; ficar só. Enquanto a conseqüência.., essa pode vir de várias formas...
...ela vem de mansinho, como quem não quer nada, esperando pra dar o bote. O bote é certeiro, e faz perceber que o acúmulo da bagunça te tira tempo, disposição, reflexão e conforto. Sem falar na beleza física do ambiente. Ambiente esse que pode ser você, suas coisas, seus pensamentos, atitudes e manias. O relaxamento é o grande nome pra resumir tudo isso. A falta de planejamento é uma das ferramentas que te tira um resultado final mais fácil e inteligente. E lembremos aqui; o conceito de bagunça aqui citado também se remete à pessoas desorganizadas.
Entre outras formas que fazem derivar a conseqüência da preguiça, existe o descompromisso. Pra que se comprometer com algo que achamos que não é de nosso compromisso? Ou até que seja, mas que agente não tenha vontade de se comprometer. He.., pois é nesse “achismo” que nós pecamos. É nele que agente deveria se concentrar para acertar, e é dele que nós temos que tirar proveito quando vier. Negando-o e procurando ser organizado e instantâneo.
Afinal de contas, rapidez e agilidade nessa sociedade em que vivemos, são fatores importantes. A preguiça move o mundo, pois se não fosse, para quê vidro elétrico nos carros, controles de televisão, de ar-condicionado, de portão de garagem e mais um bocado de engenhoca, que existe por aí para facilitar nossas vidas? Ou seja(mais uma vez), até a rapidez e a agilidade já foram “patenteadas”. O mundo capitalista assumiu essa destreza e tecnologia. E é aí quando os “bagunceiros” picham o muro, e os “bagunçados” até conseguem fazer arte.
A tendência que existe de um artista fazer um desenho simples e territorialista na rua, pode partir do princípio da não organização do seu dom, talento, trabalho, força de vontade e espírito. É aí onde se constrói a desorganização e a falta de planejamento, fazendo agente andar em círculos e sem destino, pois o destino é não ter rumo, e continuar sempre na mesma direção, na mesma situação.
Mas o melhor remédio para essa praga da desordem, é você organizar a sua própria desordem, fazendo com que ela seja apenas momentânea e não tenha nocividade no seu dia-a-dia, pois sabe-se, ou pelo menos tenta-se ter a consciência, que dar para negá-la. Que isso não seja um obstáculo que te tire tempo, agilidade e inspiração. É como registrou o grande músico Chico Science; é organizando que se desorganiza, e é desorganizando que se organiza. Agora, tá mais do que explicado, tá fundamentado. Que a desordem pessoal não reflita em uma trajetória profissional e de necessidade. E que a organização e a própria desorganização aconteça em prol da produção.
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