Texto Por Luiz Bernardo Barreto
Mudanças, avanços tecnológicos, inovações nas formas de registro e conhecimento, fácil acesso a publicação de conteúdos. O mundo muda numa estrutura que tende a inovação a cada segundo, onde o instante a pouco passado se torna extremamente velho, e o futuro é mais próximo que o esperado.
As relações trabalhistas não fogem essa regra. Tais mudanças abalam de forma direta o dia a dia, toda uma sociedade e suas instituições, o processo produtivo dessa sociedade e, principalmente, o indivíduo que nela habita. Os avanços mais vigentes são tecnológicos e científicos, porém, em contrapartida à idéia de avanço (pois avanço em primeira instância tem que ser social) a tecnologia segrega e diverge de políticas públicas, transformando o processo do trabalho em pequenos núcleos mais enxutos, onde o conhecimento é mais necessário, e a capacitação e experiência cada vez mais fundamental.
Mesmo com todo avanço tecnológico, o sonho de se trabalhar menos e produzir mais ainda é utopia, pelo menos para aqueles que não detêm um grau de conhecimento e habilitação para operar os maiores níveis de grau de trabalho, condizentes com os melhores salários e maiores garantias trabalhistas. O subemprego é, de fato, uma forma de desemprego, que com a crise, sacrifica ainda mais os trabalhadores, principalmente os terceirizados, sem garantias e direitos.
Cada descoberta tecnológica gera uma divisão social do trabalho, modificando, por vezes, a concepção cultural da sociedade a que está inserida. “Quanto mais dificuldades aparecem, os indivíduos são forçados a descobrir outros estilos de vida que respondem às exigências da sociedade”. As relações sociais, antes de tudo, são uma fuga para melhor, primeiramente, entender as pessoas e a cultura em que elas se inserem e constroem. Houve sempre um desenvolvimento econômico em detrimento do social, o que abala as relações e compromete a estrutura da sociedade no que diz respeito ao cotidiano.
“Novas problemáticas se evidenciaram, como as questões da ecologia e do desemprego”. A empregabilidade é a resposta para indagações do autoconhecimento e autodestruição. Esse é o desafio a ser tomado para a estruturação de uma sociedade mais justa e igualitária. “(...) para conseguir trabalhar no mercado competitivo, é preciso investir na educação e na formação de habilidades polivalentes”. O trabalho, perante esse novo modelo, torna-se instável e autônomo, sendo os trabalhadores forçados a buscar um perfil mais flexível, correspondente à era da empregabilidade. Tornar-se empregável e manter-se competitivo é a regra do mercado.
Consolidando-se a sociedade salarial, estruturou-se uma dinâmica em que o trabalhador produz a riqueza e não a possui, mas goza de seguridade social, sendo esse o status fundante da sociedade moderna, gerando a ideologia, utópica, da justiça social. “A idéia de empregabilidade tem por objetivo preparar o trabalhador para diferentes atividades, pois sua filosofia ressalta as potencialidades do indivíduo”.
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