14/10/2007

A arqueologia e a cultura rupestre do agreste pernambucano

Uma abordagem dos sítios arqueológicos de Alagoinha e Venturosa como dissertação de Mestrado

Fotos e Texto por Luiz Bernardo Barreto



Há algum tempo atrás fui convidado pelo geógrafo André Luiz Proença para registrar em vídeo e fotografia sua pesquisa de campo, em que desenvolve uma dissertação de Mestrado pela UFPE cujo tema é “As paisagens do agreste Pernambucano, associadas ao Patrimônio Arqueológico Pré-colonial, nos municípios de Alagoinha e Venturosa, e os processos de ocupação e escolhas culturais na região estudada”.



Seu campo de pesquisa está na área de Alagoinha, município que fica a 226 km do Recife, com cerca de 13.700 habitantes, e Venturosa a 249 km da capital pernambucana, com pouco mais de 15.000 habitantes, agreste do Estado. André Proença, 26 anos, é natural de Cachoeira do Sul/ RS. Formado em geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, seu mestrado em Arqueologia pela UFPE, tem como linha de pesquisa a Arqueologia Patrimonial e da Paisagem.


Entre os dias 15 e 18 de setembro visitamos e documentamos alguns sítios arqueológicos, onde encontramos várias pinturas rupestres e pedaços de cerâmica e ossos, que são resquícios de uma civilização indígena bastante antiga. Eu, logicamente, também não podia deixar de textualizar essa experiência. Então, aí vai algumas palavras do autor dessa pesquisa científica.

1. Como se desenvolveu a idéia desse trabalho?


A partir do Projeto “Educação Patrimonial em Alagoinha/PE – melhoria na qualidade de vida da população”, foi possível identificar alguns sítios arqueológicos não registrados que somando a outros cadastrados na região, proporcionaram o estudo dos processos de ocupação dos grupos pré-coloniais na paisagem.


2. Há quanto tempo e de que forma você vem desenvolvendo essa pesquisa?

Essa pesquisa vem sendo desenvolvida desde junho de 2006, composta inicialmente pela pesquisa bibliográfica, por questionamentos sobre o tema, por formulação de hipóteses, e pela organização do trabalho de campo.

3. Quais são os objetivos da pesquisa?

Interpretar a ocupação pré-colonial através da visitação dos sítios arqueológicos e construção de mapas temáticos na área de estudo.

4. Qual é a metodologia utilizada na pesquisa?


A metodologia segue a linha de pesquisa da Arqueologia Patrimonial e Arqueologia da Paisagem.

5. Você já pesquisou algo do gênero antes? Comente.

Tive a oportunidade de participar de um trabalho relacionado com a Arqueologia Patrimonial na região das Missões Jesuítico-Guarani, no noroeste do Rio Grande do Sul, durante trabalhos de re-consolidação das ruínas da Igreja da Missão de São Lourenço Mártir.


6. Que trabalhos, realizados anteriormente influenciaram a sua pesquisa?

Os trabalhos de intervenção arqueológica, escavações, nos sítios Peri-Peri, Pedra do Letreiro e Cemitério do Caboclo, realizados pelo Núcleo de Estudos Arqueológicos (NEA) nas décadas de 1980 e 1990 e as dissertações de mestrado de Alice Aguiar (1986) e José Luft (1994) desenvolvidas no Programa de Pós-graduação em História da UFPE.


7. Esta pesquisa visa identificar e caracterizar os sítios-arqueológicos na região de Venturosa e Alagoinha, municípios do agreste pernambucano. O que caracteriza um sítio arqueológico?

Um sítio arqueológico se caracteriza pelos vestígios arqueológicos que apresenta. Tendo em vista o conjunto de atividades dos grupos que ocuparam estas paisagens durante milênios (assentamento, área de influência e captação de recursos), fica difícil de estabelecer onde começam e acabam os sítios na paisagem.

8. Quantos são os sítios identificados? Quais destes foram pesquisados nessa primeira viagem?

Dos quinze sítios arqueológicos existentes na área de estudo, até agora foram visitados: Pedra Furada; Toca dos Marimbondos; Pedra do Pote; Pedra do Sítio do Donato; Do Barbado; Toca da Bica; Pedra da Buquinha; Pedra do Letreiro (Tubarão); Pedra Pintada.

9. Quando este trabalho será finalizado?

A defesa deste trabalho ocorrerá por volta de março de 2008.

10. O que você poderia falar sobre a população da região pesquisada?

A população na área de estudo se constitui basicamente de famílias de agricultores e criadores rurais. Ela é um dos principais elementos influentes na paisagem, podendo modificá-la seja orientada na preservação ou destruição da mesma. (fim)

Em um lugar inimaginável para muitos da cidade, na terra seca e quase sem vida, nasce uma luz que rega todo um paraíso, brota uma beleza inédita e imortal. O agreste mostra-se lindo e impecável. O sinônimo do seu povo é acolhimento, felicidade e educação. Já o sinônimo da sua paisagem é indescritível. Num lugar como esse, apenas nos calamos e refletimos, quando não nos excitamos com tanta magia.


Essa foi apenas a primeira parte da viagem, pois a segunda será realizada em novembro desse ano, onde se pesquisará os sítios-arqueológicos restantes.

Mais fotos e as referências dessas podem ser encontrada na página:

http://www.flickr.com/photos/luizoolinda/

8 comentários:

Elias disse...

bem interessante o projeto... eu nem sabia que tinham esses sítios arqueológicos em Pernambuco. deve ter sido do karalho a viagem e a experiência de estar lah

Kira Aderne disse...

Eu sempre tive muita vontade de conhecer o sítio arqu. lá de Buíque.....é realmente maravilhoso!

Lindo trabalho!
Beijos e saudadesss

Kira Aderne disse...

Valeu Bernardo!

Mais uma vez, fotos maravilhosas!

beijoss e muitas saudadesssssssssss

Kamila disse...

lindas as fotos. e muito interessante esse trabalho. o estado de PE nem é tão grande assim, mas é pouco conhecido. eu particularmente, não conheço muitos lugares, infelizmente.

Kamila disse...

claro que pode korea :D

Kamila disse...

ela é parte de mim.

Anónimo disse...

Awe Luiz!!!
Pelo breve esboço que fizeste do teu trampo,já dava para imaginar que tinha um conteúdo interessante.
E realMENTE tem. alta fotos cara!!!
criativaMENTE desse imaginauta.
valeu ter mandado o link. Vo add que é massa, e além do mais só é um tostão...rsrs
Paz nas andadas...

Thiago UFRPE

cesar rodrigues disse...

Parabens pelas fotos.
Eu tive a oportunidade de visitar estes lugares junto com André e ver de perto a riqueza arqueologica do lugar. pena que não tive mais oportunidades de voltar lá pois estava em outros projetos.
Um abraço.