14/01/2007

Maragogi: reduto de belezas naturais, boa comida e sossego prolongado

Fotos e texto por Luiz Bernardo Barreto - Jornalista









Muitos textos já foram feitos para expressar a discreta receptividade popular, e a poética paisagem que tem um dos municípios mais cheios de beleza do território alagoano. Com luz refletida no mar, e um clima quente e sempre agradável, brilha um litoral com beleza natural e sorriso de um povo acolhedor .., nasce Maragogi, com piscinas naturais de intensa vida marinha, e um sol dotado de luz e energia, onde os "deuses" encontram seu sossego.

O município, um dos últimos à norte de Alagoas e em plena Costa dos Corais, fica a cerca de 130 Km de Maceió e do Recife. Seus limites a leste é com o Oceano atlântico, a oeste Porto Calvo e Jacuípe, ao sul Japaratinga, e, ao norte, o município pernambucano de São José da Coroa Grande.

O nome da cidade deriva da língua tupi seiscentista que era falada pelos índios Pitiguares que viviam no litoral norte do que hoje é território alagoano. Por volta do século XVI apareceu a palavra “mariguis”, e um século depois os holandeses grafavam “mariguiji”. Também existe a forma seiscentista “maraguí”, que vem do tupi “moerú- guí- í”, que significa “rio dos mosquitos” ou dos maruins. No começo, Maragogi era um povoado chamado Gamela, que, em 1887, foi elevado à categoria de Vila, passando a se chamar Isabel, em homenagem à princesa que libertou os negros da escravidão. Em 1892 recebe o seu nome atual.

A cidade já foi palco de revoltas na época do império. Movimento restaurador armado, a guerra dos Cabanos (maio e junho de 1832) liderada por Antônio Timóteo de Andrade e o Almirante Tamandaré, visava a libertação dos escravos e o boicote aos engenhos de cana-de-açúcar. Os primeiros arraiais guerrilheiros foram construídos nas matas de Imbiras, Barra de Piabas e Piabas. Os cabanos, numa manobra de guerrilha, tentaram tomar o povoado de Barra Grande, mas a idéia não deu certo, pois perderam a batalha para as tropas acampadas ali. Dessa forma, recuaram em meio a forte tiroteio até o povoado de Gamela (hoje, Maragogi), e lá foram a São Bento, onde cabanos feridos se curavam dos ferimentos à bala. Daí ocorreu uma matança nessa cidade. A guerra só terminou em Janeiro de 1850, quando Vicente de Paula, o último líder, é preso nas matas do Mato Frio pelas tropas provinciais, sendo enviado ao presídio da Ilha de Fernando de Noronha. Morreu no engenho Marvano, em Jacuipe.


Maragogi abriga um povo nativo, onde a maioria sobrevive da pesca, turismo e agricultura, encontrando nessas ocupações sua base econômica e seu cotidiano. É composta por cerca de 25 mil habitantes, tem clima tropical quente úmido, e tem temperatura média de 27 graus. São 335,0 Km2 de território.

Sua culinária é tipicamente litorânea e nordestina, evidenciando os frutos do mar e o tempero da terra. Sua maior marca geográfica são as galés (piscinas naturais), que ficam entre vinte e vinte e cinco minutos de mar a dentro, com arrecifes visíveis onde a fauna marinha e tão real que os peixes são alimentados em sua própria mão.

O povo é humilde e simples, educado e receptivo. Alegria estampada, “trabalho” no rosto, vontade na alma. Esperança de uma boa pescaria, de um artesanato bem feito ser vendido, de um dia produtivo e prazerosos. Assim é sua gente, de andada como os caranguejos de seu mangue, com lama e sabor.

A especulação imobiliária na cidade já é presente. Diversos hotéis, pousadas, loteamentos, condomínios etc, dividem espaço com casas de barro e palha, estruturadas na beira da BR. Alguns sem-terra já habitam essa estrada. Maragogi se faz uma cidade conubarda com outros municípios alagoanos e de Pernambuco, na medida que existe transporte e passageiros para tais lugares todos os dias e horas.

O nascer do dia nesse território é magnânimo, em que por certas vezes é acompanhado pelos pescadores puxando suas redes fartas e pesadas. Frutas maduraa são vendidas em seu mercado público, com também peixes, ovos e carnes expostas. A vida é pacata, mas a temperatura é alta, fazendo calor durante todo o dia nessa época.

A boa pedida é uma lagosta, um sururu, camarão ou um peixe bem feito. No final da tarde uma macaxeira gratinada. E se o dia estiver muito quente, uma gelada na areia é uma boa idéia. Bom é caminhar em seu litoral de manhã cedinho, com o dia acordando e pedindo passagem.., dá um mergulho na lagoa dos Paus e um rolé de bugre.




Maragogi é reduto natural, onde ainda há “cabanos” nas estradada e a beleza sempre voga com o calor do sol. Sem dúvida alguma, um ótimo lugar para se passar desde um simples final de semana, às férias prolongadas. Quem quer sossego, paz, beleza natural, boa comida e mais sossego, essa terra é o lugar ideal. Essa é a terra dos coqueirais.





Galés (piscinas naturais a 20 Min. da costa)

Lagoa dos Paus (encontro do rio com o mar)

















































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